Professora do UniFavip Wyden ressalta tema pelo viés psicológico
Por Eliane Castro, psicóloga e professora do UniFavip Wyden
Falar sobre luto é falar sobre perda. Uma perda que desencadeia um estado emocional específico e que convoca diversas reações que estão relacionadas com o apego ao que foi perdido e à forma como essa perda aconteceu.
A perda da figura materna gera um sentimento de ruptura sobre quem eu sou, porque eu existo a partir dessa pessoa que me trouxe à vida e que dedicou parte de sua existência a mim. Então, quando essa pessoa deixa de existir, é como se parte de mim deixasse de existir também.
Logo, tristeza, culpa, raiva, ansiedade, dificuldade para dormir ou acordar, chorar, falta de apetite ou comer em excesso, várias reações podem ocorrer. E, ainda, de modo diverso se é uma criança, um adolescente ou um adulto. É importante reconhecer e vivenciar essa dor, não negá-la, não fazer de conta que está tudo bem, porque estes sentimentos podem se transformar em um problema mais grave, quando a pessoa não consegue expressa-los, aumentando o sofrimento e o mal-estar.
Como se despedir de uma figura tão importante e seguir com a rotina? Chore. Sinta. Converse com pessoas que gostam de você. Se era um hábito, continue a homenagear sua mãe nas datas especiais para vocês. Faça algo que ela gostaria de ver você fazendo, se for bom para você. E procure um profissional de psicologia para ajudar a caminhar por essa experiência. Independente de como era a relação com a figura materna, se boa, saudável ou toxica, distante, é preciso passar pelo luto.
Além disso, mantenha em mente que quando precisamos nos despedir da nossa figura materna em decorrência da morte física, não estamos nos despedindo do que ela representa e significa para nós. Vivenciar o luto não significa esquecer, mas encontrar uma forma de ter pessoa dentro de nós, como parte inseparável das nossas vidas.
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