Apneia do sono é a interrupção do fluxo aéreo, na via aérea superior, causando queda na saturação de oxigênio. O otorrinolaringologista João Victor Camurça, credenciado ao Cartão Saúde São Gabriel, traz detalhes sobre a doença que, no Brasil, atinge quase 50 milhões de pessoas.
“Ronco e Apneia do sono não são a mesma coisa. Em muitos casos, os roncos noturnos vêm acompanhados de SAOS (Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono), mas é possível ter apenas o ronco isolado, o qual denominamos de ronco primário. Os principais fatores de risco são obesidade, ser do sexo masculino e, quanto maior a idade, maior o risco de desenvolver a mesma. Qualquer ponto de colapso ou estreitamento da via aérea superior é capaz de causar uma interrupção do fluxo aéreo que entra pelo nariz, passa pela faringe, laringe e segue em direção aos pulmões”, ressalta.
O médico também destaca quais os sintomas da apneia do sono e como é feita a avaliação no paciente. “Nas crianças, causa desatenção, dificuldade de aprendizado na escola e até enurese noturna (perda involuntária de urina durante a noite). Nos adultos, a sonolência diurna é o principal sintoma e, em algumas situações, se torna um fator de risco para acidentes de trabalho. Quanto a avaliação, devemos analisar primeiramente a arquitetura do esqueleto craniofacial. No nariz, verificamos a presença de possíveis desvios de septo, sinusites crônicas e rinites mal controladas. Na faringe, avaliamos o formato de garganta, tamanho das amigdalas e língua que o paciente possui”, enfatiza.
Por fim, o otorrino explica sobre o exame específico e o tratamento da doença. “O exame que avalia a presença da apneia e a sua intensidade se chama Polissonografia. É um exame que avalia alguns parâmetros durante o sono e pode ser realizado dormindo em uma clinica ou na própria residência. Cada tipo tem suas indicações e objetivos. Para tratamento, em casos leves, poderemos usar aparelhos intra-orais. Em casos moderados ou graves teremos a opção do uso de CPAP (aparelho de pressão aérea positiva) onde busca-se evitar estreitamento de alguma região da via aérea superior durante o sono. Em alguns pacientes, a depender da alteração anatômica que possua, poderemos ter opções de cirurgias nasais e faríngeas”, conclui.
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