quarta-feira, 17 de junho de 2020

Balança comercial de PE registra o pior resultado desde o começo do ano

Sob os efeitos da crise provocada pela Covid-19, a corrente da balança comercial de Pernambuco registrou queda de 55% em maio deste ano. Dados compilados pela Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE) revelam que o declínio acentuado acontece pelo terceiro mês consecutivo e se deve à retração generalizada das importações e das exportações dos produtos locais, provocando o pior resultado para a balança desde o começo deste ano.


 

“Alguns produtos têm forte influência nessa queda, óleo combustível, pet e automóveis. Para se ter uma ideia, houve momento em que não aconteceu exportação de automóveis dado ao cenário de paralisação das atividades em razão da Covid-19”, analisou o gerente de Relações Industriais da FIEPE, Maurício Laranjeira. Em maio, o volume da balança de Pernambuco chegou a 263 milhões de dólares, mas permaneceu deficitária em 101 milhões de dólares porque as exportações continuaram menores que as importações.

 

Entre os principais destinos das vendas externas pernambucanas, Cingapura vem mostrando um desempenho particular desde o começo do ano, desbancando a Argentina – um dos principais parceiros comerciais do Estado. No acumulado do ano, o país asiático chegou a gerar 195 milhões de dólares, enquanto, do outro lado, a Argentina seguiu na vice liderança e apareceu com 131 milhões de dólares. “Trata-se de uma exportação de uma pauta só: óleo combustível. Isso é positivo caso se mantenha no longo prazo entre o mercado local e Cingapura”, destacou Laranjeira, pontuando que a relação é nova e interessante porque traz diversificação para a pauta de exportações, mas que precisa ser observada.

 

Além do destino asiático, países como a Argentina e os Estados Unidos permanecem como os principais parceiros históricos de Pernambuco. Na Argentina, percebe-se uma recuperação do começo do ano para cá, demonstrando um aumento de 29,9% nas vendas. No entanto, o volume exportado (131 milhões de dólares) ainda não se equipara aos patamares anteriores à crise econômica do país hermano, quando a movimentação chegava a 369 milhões entre janeiro e maio de 2018. “Embora seja um sinal positivo no acumulado, notamos também um cenário de queda provocado pela falta de demanda de produtos com alto valor agregado, como os automóveis, no intervalo em que se instaurou a crise na saúde”, afirmou Laranjeira. Em maio, o encolhimento registrado foi 71,6%.

 

Ainda na análise do gerente de Relações Industriais da FIEPE, a relação com os Estados Unidos também vem amargando compressões bruscas. No acumulado de janeiro a maio, o encolhimento foi de 47% (69 milhões de dólares) e na comparação entre os meses de maio de 2020 e 2019 foi de 20,5% (26 milhões de dólares). Neste caso, houve retração na comercialização de produtos de petróleo e isso tem refletido no desempenho pernambucano junto ao país americano.

 

DÓLAR

Potencializada pela crise externa, a alta da moeda estrangeira tem efeito direto no capital de giro das empresas pernambucanas. Isso porque, as indústrias locais têm, em sua maioria, vocação importadora e estão precisando desembolsar mais para manter a produção em tempos de crises sanitária e econômica. E isso atinge grande parte das indústrias porque as importações continuam em crescimento, em detrimento às exportações. Em maio, as importações chegaram a 182 milhões de dólares, enquanto as exportações atingiram 81 milhões de dólares.


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