quarta-feira, 6 de julho de 2022

Saiba o que é e como tratar a Esclerose Múltipla, a doença que ficou conhecida após acometer alguns famosos

 Após o recente relato da atriz Guta Stresser - que participou da série “A Grande Família” por muito tempo na televisão - sobre seu quadro de saúde, a doença esclerose múltipla passou a ser um dos temas mais comentados nas redes sociais. Além dela, as também atrizes Claudia Rodrigues, Ana Beatriz Nogueira, Selma Blair e Christina Applegate são portadoras da mesma patologia. Para auxiliar a compreensão do assunto, o Dr. Silvio Pessanha Neto - neurologista/neurofisiologista e diretor executivo nacional do IDOMED (Instituto de Educação Médica) - informa que a Esclerose Múltipla é uma doença neurológica caracterizada por um processo inflamatório onde o sistema imunológico passa a não reconhecer estruturas do sistema nervoso como próprias e passa a agredi-las. 

O principal foco deste ataque imunológico é uma célula responsável pela produção de uma “capa protetora” dos prolongamentos dos nossos neurônios, equivalentes a “fios elétricos”, comprometendo as suas funções. As áreas mais afetadas são o cérebro e a medula espinhal. Por esse motivo, os sintomas mais comuns estão associados a anormalidades na visão e movimento dos olhos, dormências, fraqueza, rigidez muscular, disfunção urinária e sintomas cognitivos leves.   



“Não há um agente causador reconhecido, sendo classificado como uma doença sem uma causa específica, mas existem fatores que aumentam o risco de desenvolvimento e gravidade da doença. Ter sofrido infecções virais severas; concentrações insuficientes de vitamina D por baixo grau de exposição a luz solar e ser tabagista, estão entre os principais fatores. Trata-se de uma condição mais comum nas mulheres, com idade de início variando de 15 a 60 anos, tipicamente de 20 a 40 anos, e costuma evoluir com surtos e remissões, ou seja, momentos de “crise” e outros sem ou com poucos sintomas. Em um grupo menor de pessoas, a condição pode já começar evoluindo com muitas sequelas ou passar para esse estágio progressivo no decorrer dos anos, principalmente se o paciente não estiver corretamente diagnosticado, acompanhado e medicado”, comenta Dr. Silvio Pessanha Neto.    

 

Rede de apoio

Doenças como a esclerose múltipla provocam mudanças significativas na vida da pessoa. A patologia crônica coloca o indivíduo de frente com enfrentamentos difíceis como sua finitude, alterações de planos para o futuro, condições financeiras, relacionamentos interpessoais, entre outros fatores. Todas essas possibilidades de explorações de novos caminhos podem apresentar um desgaste emocional e psicológico devastador que influenciam diretamente no processo de tratamento.

A psicóloga e preceptora de estágio do UniFavip Wyden, Allyne Combé, explica que ter o apoio da família é essencial para conseguir passar pelo processo de tratamento. “Os processos de adoecimento em geral costumam causar angústias, medos e frustrações, frente a vivência dos processos pelas quais o indivíduo se vê compelido a vivenciar, diante do quadro e daquilo que venha a ser necessário no tratamento do determinado acometimento. O apoio familiar, torna-se fundamental, sobretudo auxiliando a passar pelas fases iniciais de descoberta e tratamentos. 

Ela ressalta ainda que é necessário um acompanhamento psicológico para um tratamento com um bom suporte emocional, frente a doença. “O apoio psicológico se torna também de extrema relevância e favorece o ressignificar dessa fase de tamanho impacto na vivência dos indivíduos, favorecendo o passar de forma mais tranquila diante do processo, além de possibilitar olhar para novas formas de enfrentamento e visibilizar possibilidades como o encontrar apoio em grupos de pessoas que convivem com a Esclerose em suas vidas, com troca de relatos, e o dividir das experiências”, conclui Combé.

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