terça-feira, 21 de junho de 2022

Escoliose: o que é, sintomas, diagnóstico e tratamento

 Por Luam Diniz 

Preceptor de estágio de Fisioterapia do UniFavip Wyden, especialista no tratamento da coluna vertebral.

A nossa coluna vertebral, possui curvaturas fisiológicas no plano sagital (perfil), entretanto, no plano frontal, a coluna precisa manter um alinhamento vertical sem curvas. Dessa forma, a Escoliose é uma deformidade da coluna vertebral caracterizada pelo surgimento de uma curvatura anormal no plano frontal, ou seja, ao olhar a pessoa de frente é identificado uma alteração na postura, como por exemplo, um ombro mais alto que o outro. Conhecer sobre os sinais e sintomas da Escoliose, bem como o seu diagnóstico e tratamento é essencial para um melhor manejo terapêutico, pois o quanto antes for realizado o diagnóstico, melhor serão os resultados, evitando em boa parte das vezes procedimentos mais invasivos como cirurgias. 



As Escolioses acometem cerca de 4% da população brasileira e são decorrentes de diversas causas. Afetam indivíduos de diferentes idades e de ambos os sexos. Em alguns casos o diagnóstico pode ser logo nos primeiros anos de vida, quando se trata de causas congênitas. Porém mais de 80% das Escolioses são de causas desconhecidas. Para as crianças e adolescentes é necessário um cuidado especial, pois nessa faixa etária, existe uma fase chamada de estirão do crescimento, na qual, há uma predisposição ao aumento exponencial das curvaturas, por isso, é considerado o período mais crítico e definitivo no processo de evolução das Escolioses. A atenção ao aparecimento de deformidades na coluna vertebral é importante, pois a maiorias das escolioses são assintomáticas, apresentando sintomas apenas de forma tardia, como dor e dificuldade nos movimentos. 

O diagnóstico é feito por meio de testes ortopédicos específicos e radiografia de toda a coluna vertebral. Utilizando a radiografia é mensurado o grau da curvatura (ângulo de cobb), que será determinante para o tipo de tratamento mais indicado para o paciente, contudo, é necessário unir todas as informações clínicas para direcionar um tratamento individualizado. O tratamento precisa ser personalizado para cada caso, com base nos estudos científicos o grau do ângulo de cobb direciona a abordagem terapêutica mais indicada. Em casos mais leves o tratamento fisioterapêutico associado a prática de exercício físico é o mais indicado, em casos mais graves, é necessária uma abordagem multidisciplinar com a utilização de coletes corretivos, tratamento fisioterapêutico com exercícios específicos e acompanhamento periódico com um ortopedista cirurgião para avaliar a necessidade de um procedimento cirúrgico. 

De uma forma geral, a conscientização é o melhor caminho no combate à Escoliose. Ao perceber qualquer alteração na postura da criança ou do adolescente, mesmo que não haja dor ou nenhum tipo de queixa, é preciso procurar ajuda médica especializada, para que seja feita uma avaliação. O diagnóstico precoce é determinante na evolução clínica da escoliose, e pode salvar o paciente da cirurgia, ou mesmo de viver uma vida cheia de incapacidades e problemas degenerativos na coluna vertebral. Com base no conhecimento científico atual é possível que a pessoa com Escoliose, se bem tratada, consiga viver bem e com qualidade de vida, podendo praticar exercício físico, esportes, exercer suas atividades laborais, enfim, ter uma vida normal. Porém o acompanhamento multidisciplinar é imprescindível para evitar a progressão da deformidade e manter uma evolução clínica segura.

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