sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

Em Recife e Campina Grande, neurocirurgião usa tecnologia que dá acesso a indicador de saúde neurológica, sem precisar de cirurgia ou radiação

 O neurocirurgião Luiz Severo conta como a tecnologia de monitoramento não invasivo da pressão e complacência intracraniana adotada em seu consultório e em pesquisa científica em atendimentos SUS, está proporcionando diagnósticos mais rápidos e assertivos e desfechos clínicos mais positivos. A tecnologia brain4care é aprovada pela Anvisa, no Brasil, e FDA, nos EUA.  

A adoção da tecnologia de monitoramento não invasivo de variações de pressão e complacência intracraniana da brain4care mudou protocolos e trouxe desfechos mais rápidos e positivos para os pacientes atendidos pelo neurocirurgião Luiz Severo (foto à esq.). O médico utiliza a tecnologia em seu consultório em Recife (PE), e em protocolo de pesquisa no Hospital Help, em Campina Grande (PB), com pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). “A tecnologia não invasiva fornece um indicador de saúde neurológica que antes somente poderia ser obtido por meio de uma cirurgia para inserção de um cateter na caixa craniana”, explica o neurocirurgião.

Com a tecnologia brain4care, Luiz Severo pode incluir na avaliação de seus pacientes, um exame que além de não emitir radiação,  permite avaliar em consultório dois parâmetros, segundo o especialista, muito importantes: a correlação entre a pressão e a complacência intracraniana. O especialista adotou como protocolo o monitoramento em pacientes com os seguintes quadros e sintomas: dor de cabeça crônica; crise convulsiva; usuários de válvulas de derivação ventrículo-peritoneal (utilizadas para manter o fluxo do líquido cerebrospinal e a pressão adequada do cérebro); e pacientes com queixas de doenças neurodegenerativas, como Doença de Parkinson ou Alzheimer.

Como neurocirurgião, Luiz Severo acompanha de perto o desenvolvimento das inovações tecnológicas. “Durante meu doutorado, em 2020, eu estava em busca de algum recurso tecnológico que pudesse ajudar no contexto de pacientes com dor de cabeça crônica”, afirma. O especialista se perguntava se haveria alguma tecnologia que pudesse com segurança auxiliar no diagnóstico e acompanhamento desses pacientes, diminuindo, por exemplo, a necessidade de tantos exames de imagem.

Foi nesse cenário que o neurocirurgião conheceu a tecnologia brain4care que permite o monitoramento de maneira não invasiva, com um sensor encostado na cabeça do paciente, com auxílio de uma banda de fixação, das variações da pressão e complacência intracraniana. Os dados captados pelo sensor são enviados online para a nuvem da brain4care, onde algoritmos tratam as informações e as devolvem, para o médico, no formato de relatório. Além disso, os dados podem ser acompanhados em tempo real na tela de um computador, um tablet ou um smartphone, conectado à internet.

Seis anos de dores de cabeça

O primeiro caso, em 2020, foi de uma paciente de 23 anos que sofria com dor de cabeça crônica  de difícil controle há seis anos. “A paciente já tinha sido submetida a procedimentos cirúrgicos, tomava medicamentos, mas as dores só se agravavam”, diz. O neurocirurgião percebeu ao monitorizar a paciente na posição sentada e posteriormente deitada, que havia mudança dos padrões de curvas captadas pelo monitoramento. Com essa informação, a suspeita era de hipotensão liquórica (quando há um vazamento de líquor).

A ressonância mostrou a presença de uma fístula lombar. Fechado o diagnóstico, a paciente foi tratada com cirurgia para correção da fístula, livrou-se das dores e, atualmente, faz apenas acompanhamento anual. “Com esse caso, fomos premiados em um congresso científico da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia”, informa.

Marcapasso impede fazer ressonância

Outro paciente, um senhor de 65 anos, usuário de válvula de derivação devido à hidrocefalia de pressão normal também foi beneficiado pela tecnologia. “Acompanhávamos esse paciente por meio de exames periódicos de ressonância magnética. No entanto, ele teve uma arritmia  cardíaca e precisou colocar marcapasso, o que torna um impeditivo para ressonância”, diz.

O médico passou a realizar o controle da válvula de derivação por meio do monitoramento não invasivo da pressão e complacência intracraniana e a depender do resultado, realiza ou não uma tomografia. “Diminuímos muito a necessidade de exames de imagem com radiação, preservando a segurança do acompanhamento e regulagem da válvula”, conclui.

Paciente com risco de AVC

Também emblemático foi o caso de um paciente idoso que chegou ao consultório de Luiz Severo com queixas de tontura. “Ele já tinha sido avaliado por um geriatra e um otorrinolaringologista, sem que esses colegas tivessem encontrado qualquer anormalidade”, lembra. O monitoramento não invasivo revelou alteração na pressão e complacência intracraniana. “Com isso, suspeitei que pudesse haver algum problema no pescoço e o exame de imagem confirmou uma obstrução de carótidas, quadro que eleva o risco de AVC”, afirma. Segundo o neurocirurgião, sem o monitoramento não invasivo da pressão e complacência intracraniana, a jornada do paciente até chegar ao diagnóstico poderia ter sido bem mais longa.

De acordo com Luiz Severo, em um caso de tontura em idosos, provavelmente, seria pedido um Tap Test (retirada de líquor via punção lombar), uma ressonância do crânio e um eletroencefalograma. Esses exames poderiam ser inconclusivos em algumas situações e o paciente seria encaminhado para avaliação de outros especialistas até chegar a um cardiologista que, provavelmente, solicitaria um ecocardiograma, um holter e, finalmente, um doppler de carótidas que revelaria o problema do paciente. “Com a brain4care encurtamos a jornada até o diagnóstico, diminuímos o risco de um AVC e, ainda, economizamos recursos ao solicitar muitos exames de imagem”, completa.

Sobre o neurocirurgião Luiz Severo

Médico neurocirurgião funcional, especializado nos tratamentos avançados em dor crônica, com atuação nas cidades de Recife (PE) e Campina Grande (PB). Formado em medicina pela Universidade Federal do Ceará,  realizou  residência médica em Neurocirurgia pelo Departamento de Neurocirurgia do Hospital da Restauração, fellowship em neurocirurgia funcional e medicina da dor e mestrado em Neurociências pela Universidade Federal do Pernambuco.

É coordenador da disciplina de Neurologia do Centro Universitário Unifacisa - CG e preceptor do HELP - Hospital de Ensino e Laboratórios de Pesquisa/Unifacisa - CG. Fundador e coordenador do Centro Paraibano de Dor, com uma unidade no Hospital Help. Também fundou o Instituto Neuro Ensina. 

Sobre a brain4care

A brain4care é uma healthtech brasileira que desenvolve e oferta tecnologia pioneira de monitoramento não invasivo das variações de pressão (PIC) e complacência (CIC) intracraniana. Seu dispositivo wearable (um sensor posicionado na cabeça do paciente com uma banda de fixação) é conectado a uma plataforma analítica que gera um relatório com informações adicionais que auxiliam na qualificação do diagnóstico, orientação da terapêutica e indicam a evolução de distúrbios neurológicos.

Fundada em 2014 por Sérgio Mascarenhas e acelerada no Vale do Silício pela Singularity University (2017), a healthtech conta com liberação da tecnologia pela Anvisa (2019), no Brasil — onde está presente em mais de 75 clínicas e hospitais —, pela FDA (2021), nos Estados Unidos, e se move em direção a expansão no mercado internacional. A tecnologia brain4care conta com 84 artigos e estudos científicos publicados em centros renomados e possui escritórios em São Carlos, São Paulo e Atlanta. Para mais informações, visite: https://brain4.care/

 


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