As estatísticas de emprego formal divulgadas pelo Caged, nesta quinta-feira (28), mostram que houve perda de 860.503 empregos celetistas no Brasil, no mês de abril, sendo 24.965 em Pernambuco. Estes números revelam o saldo total entre desligamentos e admissões de trabalhadores com carteira assinada. Tanto para o País como para o Estado, este foi o pior mês de abril desde o início da série histórica do CAGED.
A comparação de um ano para o outro apresenta o impacto do coronavírus no País e nos estados. Em Pernambuco, por exemplo, em abril de 2019, foram gerados 425 postos de trabalho, o que naquele período era uma reação positiva porque interrompia o padrão de sazonalidade da economia. Em abril do ano passado, o Estado teve um saldo positivo na geração de empregos mesmo na entressafra da cana-de-açúcar.
No acumulado de 2020, de janeiro a abril, o Brasil perdeu 763.232 empregos, enquanto no mesmo período do ano passado, houve um saldo positivo de 129.601 postos de trabalho. O levantamento expressa, ainda, que nos primeiros meses deste ano, Pernambuco teve um saldo negativo 53.550 postos de trabalho. Neste idêntico período, em 2019, o Estado teve um acumulado negativo de 25.698, mas este dado não é revelado na pesquisa deste ano, é baseado em arquivos passados.
Esta é a primeira divulgação do Caged após o preenchimento de informações da base de dados passar para o Sistema de Escrituração Fiscal Digital das Obrigações Fiscais Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial). Até então, as unidades da federação estavam sem dados oficiais do número de empregos formais.
No Brasil, o setor que enfrentou mais desligamentos em abril foi o de serviços, com 362.378 demissões, seguido do comércio, com um total de 230.209 desligamentos, e da indústria geral (-195.968 empregos). Porém, nesta quinta-feira, o Caged ainda não divulgou os dados detalhados por setor dos estados brasileiros. Ao contrário de anos anteriores, os números de Pernambuco não foram detalhados por municípios.
Segundo dados do Caged, entre abril e maio, 8.154.997 tiveram os trabalhos preservados no Brasil pelo Programa Emergencial de Preservação do Emprego e Renda. Em Pernambuco, neste mesmo intervalo de tempo, houve a preservação de 247.007 postos de emprego por acordo - seja suspensão, redução de salários (de 25% a 70%) ou intermitente.
De acordo com o secretário estadual do Trabalho, Alberes Lopes, todos os secretários do Trabalho do Nordeste se reuniram nesta semana para discutir políticas públicas em comum que possam combater os efeitos da crise econômica causada pelo coronavírus, que é mundial. Eles criaram um grupo de trabalho para aprofundar o assunto, querem criar protocolos para fazer aberturas graduais do comércio - o que vai depender da curva do coronavírus - e estão ouvindo sugestões de entidades sindicais para encontrar saídas para o cenário o pós-pandemia.
A Secretaria do Trabalho, Emprego e Qualificação de Pernambuco abriu 24 Agências do Trabalho para assegurar o acesso ao Seguro-Desemprego - 38,4 mil trabalhadores já foram atendidos -, lançou cerca de 10 mil vagas EaD de qualificação, estimulou, através da Agência de Empreendedorismo, a abertura de novas linhas de crédito para algumas categorias mais afetadas pelo isolamento social, como salões de beleza e odontologia, e lançou o aplicativo Eu Sou Anna para ajudar os jovens a enfrentar este período de pandemia e se preparar para o futuro. Além disso, a Seteq articulou a doação de alimentos para pessoas em vulnerabilidade social do Estado, bem como entrega de Equipamentos de Proteção Individual para o Governo do Estado junto à Fecomércio e o Sistema S. Em outra ponta, a Seteq incentivou o programa Ela Pode através da internet, com direito a certificado, e manteve os Expressos Empreendedores dando suporte, de forma remota, aos pequenos e microempreendedores.
PNAD - Ainda nesta quinta-feira, o Ministério da Economia noticiou o resultado da PNAD de abril, mas se destaca que este último levantamento transmite apenas os dados brasileiros (não traz dados atualizados de Pernambuco) e medem quem está no mercado de trabalho, seja fazendo um bico ou com carteira assinada, bem como aqueles que estão desocupados.
A taxa de desocupação média nacional situou-se em 12,6% e ainda não capta plenamente os reflexos do isolamento social. Os dados regionais serão objeto de divulgação apenas na PNAD do 2º trimestre/2020, que será divulgada em meados de agosto.
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