Depois de visitar a embaixada da Bolívia em Brasília, nesta terça-feira (12), para prestar solidariedade ao povo boliviano e condenar o golpe de Estado no país vizinho, o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), criticou as tentativas de Jair Bolsonaro (PSL) e aliados de tentarem enquadrar Lula na Lei de Segurança Nacional. Ele disse que Bolsonaro é quem mais estimula a violência no país e que só o ex-presidente será capaz de derrotar a extrema-direita e o ódio, e restaurar a plena democracia no Brasil.
Para Humberto, a Bolívia é a bola da vez da onda conservadora que tem varrido o mundo e matado democracias, e precisa ser freada urgentemente. “É preciso unidade para barrarmos esses retrocessos. Sob o comando de Lula, vamos nos reagrupar para preservar o Estado de Direito e impedir mais recuos. Aqui no Brasil, não vamos sucumbir ao discurso fascista de repressão e implantação de um novo AI-5”, declarou.
O senador avalia que Lula está com disposição para reagrupar o campo da esquerda, serenar ânimos, pacificar o Brasil e resgatar um projeto interrompido de país, inclusivo, solidário e soberano, diferentemente do que há, hoje, encarnado por Bolsonaro e sua extrema direita fascista.
Segundo o parlamentar, essa direita despreza a democracia, como ocorreu agora na Bolívia, onde o presidente reeleito Evo Morales foi destituído por um golpe com a participação das Forças Armadas e de forças internacionais.
“Estamos vendo uma articulação regional, em toda a América Latina, para conter os avanços progressistas. Há uma elite econômica que não perdoa o desenvolvimento inclusivo e quer seguir fazendo o que sempre fez no nosso continente: explorar os trabalhadores e o povo pobre até o bagaço e entregar as riquezas dos países a estrangeiros”, resumiu.
No entendimento de Humberto, a Bolívia, que era um dos países mais pobres da região, experimentou, sob o governo Morales, considerável crescimento na última década.
A extrema pobreza foi reduzida de 78% da população para 15%; o PIB per capita saltou de US$ 900 para US$ 4 mil; e a taxa de crescimento estabilizou em 4% ao ano. “No Brasil, sequer chegaremos a 1%. O golpe das elites é contra isso: contra a inclusão e a justiça social”, ressaltou.
O líder do PT lembrou que o Brasil também viveu ruptura da ordem democrática com o golpe contra Dilma em 2016, sendo que a prisão de Lula ainda foi parte do processo.
“Mas, no nosso caso, o lawfare substitui o uso das armas. A lei foi usada para perseguir desafetos políticos e atalho ao poder. Bolsonaro reconheceu isso novamente quando agradeceu a Sergio Moro, nesse fim de semana, sua eleição”, comentou.
Humberto ainda criticou a tentativa de Bolsonaro e seus aliados de enquadrar Lula na Lei de Segurança Nacional. Para ele, ninguém incita tanto a prática de violência no país como Bolsonaro.
"Em toda a vida pública do capitão reformado, já o vimos propondo o fechamento do Congresso Nacional, a tortura e o exílio para opositores. É uma retórica de ódio puro. Mas as suas ameaças não irão calar o povo brasileiro e o presidente Lula”, concluiu.
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