As condições de trabalho dos técnicos e auxiliares de enfermagem de Pernambuco foram tema de audiência pública da Alepe nesta quarta. No encontro promovido pela Comissão de Cidadania, os representantes da categoria entregaram uma pauta de reivindicações à Secretaria de Saúde do Estado, expondo a situação de baixos salários e más condições de trabalho. Também pediram uma reunião até o final do mês com os secretários de Administração e de Saúde, alertando que, se não houver acordo, uma paralisação poderá ser realizada no dia 9 de dezembro.
Presidente do Sindicato Profissional dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem de Pernambuco (Satenpe), Francis Herbert pediu que o Governo do Estado negocie com a categoria. Ele afirmou que há 10 anos esses profissionais não têm reposição das perdas inflacionárias, além de não receberem adicional noturno ou de insalubridade. Francis Herbert reclamou ainda de atrasos em pagamentos e indefinições nos contratos feitos por meio de Organizações Sociais de Saúde. E disse que não há isonomia no pagamento a auxiliares e técnicos de enfermagem, que recebem quatro faixas salariais distintas. Além disso, segundo ele, muitos trabalham sem equipamentos de proteção e máscaras e há déficit de profissionais nas unidades de saúde.
A chefe do setor de Fiscalização do Conselho Regional de Enfermagem de Pernambuco, Coren-PE, Ivana Andrade, confirmou a deficiência de pessoal. Ela disse que a entidade apresentou uma Ação Civil Pública junto ao Ministério Público para corrigir essa situação dos profissionais. Diretora Geral de Gestão do Trabalho da Secretaria de Saúde, Vanessa Diniz recebeu a pauta de reivindicações do Satenpe. Ela ressalvou que as demandas quanto aos vencimentos dizem respeito à mesa de negociação coordenada pela Secretaria de Administração, mas disse que buscará auxiliar na interlocução com a pasta. Apesar de convidada, a Secretaria de Administração não enviou representantes para a audiência pública.
Simone Albuquerque, que trabalha na UTI do Hospital da Restauração, no Recife, ressaltou que Pernambuco paga o pior salário do Nordeste e que, no local de trabalho, há teto com risco de desabamento, infiltrações e ratos circulando no refeitório.
Presidente da Comissão de Cidadania, a deputada Jô Cavalcanti, do mandato coletivo Juntas, do PSOL, informou que o Colegiado enviará ofício ao secretário de Saúde solicitando a reunião, pedirá informações à Secretaria de Administração e pretende inspecionar o Hospital da Restauração.
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