Entidades parceiras da Gerência de Penas Alternativas e Integração Social (Gepais) abrem as portas para o cumprimento da pena, mas também contratam cumpridores.
A política de penas alternativas no estado tem recebido o apoio da sociedade civil na reintegração do cumpridor. Instituições do Recife e interior apostam na contratação ou no trabalho voluntário dessas pessoas que cometeram pequenos delitos.
Os cumpridores são encaminhados pelo Tribunal de Justiça às Centrais de Penas Alternativas (Ceapas), órgão vinculado à Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH), que os encaminha ao cumprimento de pena, na modalidade prestação de serviços a comunidade, em instituições como: associações, ONG´s, ILPIs, escolas, entre outras.
No Centro Social Educacional (Cesc), em Coqueiral, no Recife, tem seis pessoas cumprindo pena de prestação de serviço à comunidade, e duas que já cumpriram e permanecem como voluntárias na instituição. "Me interessei muito pelo Cesc, porque gosto de ajudar a comunidade. Além disso moro próximo, explica a ex-cumpridora", Carla Freitas.
A ONG trabalha no atendimento de crianças e familiares da comunidade, oferecendo aulas de reforço, teatro, atividades esportivas e de geração de renda. "Não me importa o que eles fizeram e sim a dedicação, o comprometimento e a disponibilidade que eles demonstram na instituição”, comenta a coordenadora do Centro, Elizabete Oliveira.
Já em Garanhuns, no agreste, a ONG Plenitude Viva, parceira da Ceapa do município há seis anos, tem hoje no seu quadro de funcionários uma ex cumpridora, Selma Melo, 56, que exerce a função de merendeira. “Quando ela chegou aqui, mostrou ser dedicada e se envolveu com a instituição. Por isso não queríamos perdê-la, resolvemos contratá-la”, explica Ricardo de Souza, fundador da ONG, que atua com pré-escola, atendimento a famílias carentes e com o projeto “Anjos da Madrugada”, distribuindo sopão para moradores de rua.
De acordo com a gerente da Gepais, Raquel Brandão, “os cumpridores que têm permanecido, como voluntários, prestando serviços nas entidades civis comprovam que a política de alternativas é uma das vias para a desconstrução da cultura do encarceramento no Brasil”.
As Centrais de Penas Alternativas atendem atualmente 2.265 cumpridores no estado, e contam com 716 instituições parceiras, para a prestação de serviços à comunidade.
FOTOS: Divulgação
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