sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

Professor pernambucano cria app para auxiliar portadores de HIV

Com o objetivo de concentrar em um só lugar, na palma da mão, informações relevantes para o tratamento contra o vírus HIV, o professor de Direito do Centro Universitário Unifavip|Wyden, José Luiz Vieira, desenvolveu o aplicativo PositHIVo, que já pode ser acessado pelo público por meio da página web https://m.app.vc/posithivo (apenas no celular). O produto é fruto de sua pesquisa do mestrado em Políticas Públicas que se transformou na tese intitulada “A vida depois da descoberta: a percepção da qualidade do serviço de assistência em HIV/AIDS”.



A plataforma concentra quatro pilares: onde localizar os 37 serviços especializados de atendimento (SAE) em Pernambuco, disponibilizando endereço, horário de atendimento, público e telefone de contato; orientações sobre alimentação e nutrição para pessoas com HIV extraídas do site do Ministério da Saúde; links de vídeos curtos (1 a 2 minutos) explicado sobre a doença, também do canal do Ministério da Saúde; além de conteúdos com os direitos das pessoas soropositivas.

“Durante a pesquisa para o projeto, entrevistei um jovem que morava em Abreu e Lima, mas fazia o tratamento no Recife porque tinha vergonha de entrar no SAE da sua cidade e as pessoas ficarem comentando. A AIDS ainda é muito estigmatizada e isso atrapalha a pessoa soropositiva de procurar e encontrar a ajuda adequada” explica o professor.

Ainda de acordo com José Luiz, o discurso de que a AIDS é uma doença ligada a pessoas LGBTs é um mito. Uma pesquisa realizada em 2016 mostrou que um terço das pessoas contaminadas pelo vírus na cidade de Caruaru, no Agreste de Pernambuco, eram homens heterossexuais (que se relacionam com o sexo oposto). No mesmo ano, o Brasil registrou 37 mil novos casos de HIV, o que significa que 4,3 pessoas foram contaminadas a cada hora.

Para o professor, o acesso a informações de qualidade permite que o tratamento seja mais fácil e que a doença seja controlada. Segundo a Unaids, entidade da Organização das Nações Unidas (ONU), que patrocina iniciativas de combate ao HIV, quando uma pessoa portadora do vírus, em tratamento regular, faz o teste sanguíneo e a doença está tão controlada que não é indetectável, ela não transmite mais a doença. “Por isso é tão importante que as pessoas tenham acesso aos remédios, que eles não sejam descontinuados, por uma questão de saúde pública”.

Para o futuro, o professor quer o apoio do Governo do Estado para expandir o projeto em Pernambuco. Paralelamente, a equipe de orientadores da sua pesquisa planeja buscar financiamento com pesquisa no âmbito acadêmico e tornar o aplicativo útil para todo o país.

Dezembro Vermelho – Em 2017, o Governo Federal aprovou a Lei 13.504 que institui a Campanha Nacional de Prevenção ao HIV/AIDS e outras infecções sexualmente transmissíveis (Dezembro Vermelho). A campanha tem como foco a prevenção, assistência, proteção e promoção dos direitos humanos das pessoas que vivem com HIV/AIDS.

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